terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Trabalho com pessoas vivendo com hiv, por que não?

O caso que vou relatar agora não sei se é um caso de preconceito, mas posso afirmar com certeza se tratar de um caso de falta de informação. Tanto que nem contei ainda para o Breno, ele vai saber primeiro lendo aqui.
Sou psicóloga e atendo em uma clínica em que há várias psicólogas, tanto que nem conheço todas.
Semanas atrás, cheguei para atender uma paciente e encontrei uma psicóloga lá, a "D", nos apresentamos e ficamos conversando no consultório enquanto esperava minha paciente.
Nisso, começamos a falar de carreira, falei que sou recém formada, e que fiz psicologia com o intuito de trabalhar em clínica.
Aí a D foi falando um pouco sobre a atuação dela, que é formada a 3 anos, trabalha em clínica, principalmente com crianças e avaliação psicológica, mas que também gosta de outras áreas, como recursos humanos e me perguntou se eu tinha interesse por outra área, respondi que sim, que gosto da psicologia social, especifiquei que tenho muita vontade de trabalhar com grupos, de pessoas vivendo com hiv, câncer, idosos e outros assuntos "polêmicos"...
D logo foi tratando de falar que desses que citei só não trabalharia com hiv. Fiquei estarrecida com o comentário dela, tanto que nem quis saber o porque dela não querer.
Conversamos mais um pouco e eu me despedi para receber minha paciente.
E depois da sessão eu fiquei pensando várias coisas a respeito desse bate papo que tive com a psicóloga D.
Primeiro pensei em quando estava estudando ainda, sobre o que vimos sobre o hiv. Lembro que estudamos sobre o assunto, sobre o aconselhamento, inclusive o professor era um dos mais queridos pela turma e todos gostaram da abordagem humanista com que o assunto foi tratado.
D se formou em outra faculdade, não na mesma que eu.
Será que ela e a turma passaram por essa aula? O assunto hiv foi tratado na graduação? Ou foi visto e interpretado de modo errado?
Difícil.
Só sei que falta conhecimento. Alguém que lida diretamente com a saúde mental das pessoas deve procurar se informar sobre tais assuntos. E principalmente ser livre de todo e qualquer preconceito. Não nos cabe julgar, somente acolher a dor do outro e auxilia-lo a traçar o melhor caminho para fazer as escolhas certas em busca da felicidade.

Beijos.
Edna.



Dias inacabados

Esse relato é de algo que me aconteceu nos primeiros dias após receber o diagnóstico, foram dias intermináveis, “torturosos” eram inacabáveis.
A todo momento eu pensava que poderia morrer a qualquer instante, ao mesmo tempo pensava que era mentira por ter acontecido comigo, pelo que Edna não havia pego porque preservativos era eventualidade de usarmos.
Aqueles dias eu estava na época de negação somado à tristeza etc.
Em um dia daqueles tomei uma decisão de ir ao um outro posto de saúde fazer o teste rápido de HIV para eu ter a certeza que tudo aquilo era um engano (pelo menos era o que eu pensava). Pedi opinião de Edna sobre isso e ela me apoiou porque via meu sofrimento, via que eu estava perdido, disse a ela que iria apenas em busca de uma segunda opinião (se é isso que posso dizer). Edna me apoiou mesmo sabendo que já era a realidade, mas não quis me contrariar no momento, ela apenas estava do meu lado e nas minhas decisões, assim até como é hoje.
Bom, era uma sexta-feira ensolarada com muito calor, cheguei no posto e disse que queria fazer o teste, a atendente do balcão era uma amiga minha de infância que a muito tempo eu não a via, nos cumprimentamos coisa e tal e ela pediu para aguardar.
Aguardei uns 5 minutos e fui chamado.
Lembro que era uma enfermeira de cabelos pretos lisos que não passava dos 30 anos (acho rs), na sala ela me perguntou se eu já tinha feito esse teste em outro posto eu disse que não (rs) me explicou como seria o teste e tal, nesse momento ela estava calma e com a agulha furou meu dedo sem nenhuma dificuldade, depois pediu para eu aguardar na recepção uns 10 minutos que logo me chamaria de volta para mostrar o resultado.



Passaram uns 20 minutos contados no relógio, eu suando devido ao calor e um pouco nervoso também, até que fui chamado.
Entrei na sala e a enfermeira disse que deveria refazer o teste, disse que deu um “probleminha” com o coletor, reparei que ela tremia muito e estava um pouco descontrolada, nervosa, acho que ela estava querendo chorar ou com medo, não sei dizer ao certo, nessa hora já imaginei o resultado, como ela tremia muito que até fiquei com medo dela machucar meu dedo ou não conseguir fazer a segunda coleta. Até que ela tirou o sangue necessário e fui novamente para a recepção aguardar mais uns 20 minutos mais ou menos.
Passando o tempo ela me chamou.
Quando entrei na sala tinha mais uma pessoa, me cumprimentou dizendo que era psicóloga do posto.
Em primeiro lugar ela me perguntou se eu estava bem. Respondi que sim.
Depois me perguntou se eu sabia o que era DTS e se eu já tinha feito um exame daqueles outra vez. Disse que sim e que não.
Em seguida ela junto com a enfermeira me deram o resultado do exame, disseram que sou portador do HIV.
Nesse momento fiquei um pouco em silêncio, olhei para a enfermeira, depois para a psicóloga, abaixei a cabeça, fechei os olhos e pensei: Isso é real, aconteceu mesmo, mas não vou morrer disso, quero viver muito ainda!!!!!
A enfermeira perguntou se eu estava bem. Nessa hora eu já tinha derramado algumas lágrimas, então levantei a cabeça, olhei para elas e disse que sim, disse que estava bem.
Eu agradeci a elas pelo tempo que estiveram comigo, imagino que não seja fácil dar essa notícia.
Antes de eu me levantar disse a elas porque eu estava lá, disse que eu estava “perdido” e que logo mais nos próximos dias eu começaria o tratamento com os antirretrovirais.
Nesse momento foi que percebi que não adiantava eu querer fugir, não adiantava querer mentir, negar etc. tudo o que eu faria a partir daquele momento de algum modo isso faria “parte de minha vida”
A única dificuldade de hoje que vejo é o medo e o preconceito das pessoas, pois o desconhecido amedronta; estou aqui vivendo a cada dia igual a todos: com sonhos, desejos, fome, sede, rindo, chorando, amando etc...


Abraços
Breno

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

"Dezembro vermelho"

Me chamou atenção a escassez de campanhas voltadas a luta contra o hiv/aids, já que agora é "Dezembro vermelho".

Vi cartazes apenas nos terminais de ônibus, que recebiam tímidos olhares das pessoas, como se aquilo não existisse. 

Temos setembro amarelo, em prevenção ao suicídio. Outubro rosa em conscientização ao câncer de mama. Novembro azul em conscientização ao câncer de próstata. 

Todas esses meses vemos as instituições, lojas, prefeitura e etc realizando campanhas, querendo mostrar as pessoas a importância da luta contra tais acontecimentos. Todos usam laços das cores correspondentes ao mês, mas quando chega dezembro ninguém quer usar o laço vermelho.

Hiv/aids ainda é tabu para a sociedade, falta conhecimento!

Ninguém tem hiv porque quer, as pessoas vivendo com hiv não são sujas, doentes e nem armas químicas ambulantes. São seres humanos com sentimentos como todo mundo, que enfrentam grandes batalhas e muitas vezes "matam um leão por dia" para estar onde se encontram.

E se você tem medo é bem simples, comece respeitando as pessoas com hiv, pois você provavelmente já teve contato com um soropositivo em sua vida e muitas vezes nem sabe. 

Mais amor, respeito, empatia e carinho com o próximo!

Eu uso, e você?

Beijos,
Edna

domingo, 26 de novembro de 2017

Somos iguais, preconceito não.

E sábado voltando do trabalho passei por 2 terminais de ônibus daqui da cidade e me deparei com algo que me chamou atenção de maneira positiva, literalmente.

Já iniciaram as campanhas para o dia 1º de dezembro na luta contra aids.



Lembrando que a luta é contra a aids, não contra as pessoas vivendo com hiv!

Somos todos iguais, se você tem preconceito procure se informar melhor!

Gostei!

Beijos.
Edna


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Febre Amarela, hiv e vacina.

Aqui em nossa cidade houveram muitos casos de macacos morrendo devido ao vírus da febre amarela.

A Prefeitura indicou que todos fossem imunizados, procurando a unidade básica de saúde mais próxima de suas residencias.

Porém, é válido ressaltar que pessoas vivendo com hiv devem primeiramente procurar auxílio médico antes de tomar a vacina, já que não são todos que podem tomar.

Se o CD4 estiver baixo a vacina pode ser contraindicada.

A febre amarela é transmitida pela picada de algumas espécies de mosquito, não sendo transmissível de uma pessoa para outra.

Portanto, na dúvida consulte seu infectologista.

Beijos,

Edna.



Resultado de imagem para febre amarela e hiv

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

HIV na terceira idade.

Li essa matéria no G1 e achei que seria interessante compartilhar, vale ressaltar que o vírus não escolhe idade... 

Costureira de 67 anos relata angústia ao descobrir HIV: 'não pensei na camisinha'

Incidência do vírus da Aids entre idosos aumentou 60% no Estado de São Paulo entre 2009 e 2015. 
Uso de preservativos é tabu entre os mais velhos, afirma coordenadora de Saúde.
Até pouco tempo atrás, a costureira Maria Rita Alves Lemes, de Ribeirão Preto (SP), considerava ter chegado à fase mais tranquila de sua vida. 
Mas, aos 67 anos, com três filhos e divorciada, o que ela menos imaginou foi ser diagnosticada com HIV na terceira idade.
"Não tive cuidado, porque não pensei na camisinha. Quem tinha talvez nem sabia que tinha", conta.
O alerta de Maria Rita se traduz nos números da transmissão do vírus da Aids entre idosos. Os casos subiram 60,6% em São Paulo entre 2007 e 2015. 
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a incidência subiu de 3,3 para 5,3 casos para cada cem mil habitantes nesse período.
Uma estatística que encontra explicação num traço de comportamento comum entre os mais velhos que exaustivamente gera alerta entre as autoridades médicas: 
a falta do preservativo na relação sexual, de acordo com a coordenadora do Programa DST/Aids de Ribeirão Preto, Lis Neves.
"Observamos que os idosos estão saindo mais, aproveitando a vida um pouco mais, estão se divertindo mais. 
Isso associado aos estimulantes sexuais, e os idosos de um modo geral não têm o hábito da prevenção em relação ao HIV", afirma.
Após a menopausa, de acordo com ela, a utilização de gel é importante e evita ferimentos que podem colocar o organismo em risco. 
Além disso, a coordenadora recomenda aos pacientes fazer o exame. 
"Sempre que for possível faça um teste de HIV ao menos uma vez na vida." 

'Foi uma armadilha'

Maria Rita usa medicações diariamente contra o HIV, mas diz levar uma vida normal, sem efeitos colaterais. Mas ela jamais esquece a angústia que sentiu quando foi diagnosticada, graças a uma doença oportunista. 
"Foi muito difícil, eu só chorava, chorava, por uns meses não adiantava você falar nada pra mim", conta.
A costureira, que costumava ter uma vida sexual ativa, confirma não ter se cuidado quando era preciso e acabou tendo que conviver, na terceira idade, com algo que nunca imaginou.
"Foi uma armadilha, porque eu jamais pensei em camisinha, nunca tinha pensado em camisinha. 
(...) É uma coisa assim que você tem que acordar", conta, sem querer culpar um ou outro parceiro pelo que aconteceu.
Assim que descobriu o vírus, iniciou o tratamento com remédios e garante ter uma vida saudável, apesar de ter preferido nunca mais ter tido parceiros. 
"Quanto mais cedo você descobrir, mais chance você tem de começar a tomar o remédio e sua imunidade melhorar."
Ela confirma que a falta de uso do preservativo é um hábito comum entre pessoas de sua idade. 
"Tem muita gente que não acredita que essa camisinha vai fazer algum efeito, e muita gente diz que não gosta."
Com a lição aprendida, Maria Rita agora usa seu caso de exemplo. 
Para quem caiu na armadilha, a dica é não desanimar. 
"Levantar a cabeça, começar a tomar os remédios direitinho", diz.
Para os demais, velho ou novo, vale o alerta básico, mas sempre importante. 
"Hoje encho o quarto do meu neto de preservativos."

https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/costureira-de-67-anos-relata-angustia-ao-descobrir-hiv-nao-pensei-na-camisinha.ghtml

sábado, 7 de outubro de 2017

Assistente Social

Mês passado fui com o Breno tirar umas dúvidas com a Assistente Social do CTA.

E tive que deixar registrada aqui minha experiência.

Pois quando é para reclamar de algo a gente reclama sem nem pensar duas vezes, então quando merece elogio temos que elogiar também.

A E. extremamente educada e acolhedora, conversou bastante com nós 2. Perguntou como era namorar ele e sobre a questão de casamento e filhos.

Inclusive, disse que haviam outros casais sorodiscordantes que estão tendo filhos normalmente sem o risco de contágio. Nos orientou a conversar com a médica do Breno sobre o assunto e principalmente que nunca devemos desistir dos nossos sonhos.

Como já citei aqui no blog outras vezes, os profissionais do CTA são todos maravilhosos, tratam o Breno muito bem, e todas as vezes que vou lá sou bem recebida também!

Gratidão a todos eles, por todo carinho e acolhimento!

Beijos e abraços,
Edna

Lei federal 12.984 de 2014

Recentemente, em São Paulo, foi lançada uma cartilha que fala sobre o combate a discriminação contra pessoas vivendo com HIV/aids.

Achei bem legal, conscientizar as pessoas que se trata de um crime tratar de maneira diferente alguém que vive com HIV, principalmente se tratando das empresas.

Após 2 anos de diagnóstico o Breno continua trabalhando, estudando, namorando, criando o filho, como qualquer outra pessoa, HIV não é empecilho para viver bem, com saúde e realizando todos os seus sonhos!

Edna


2 anos, o que mudou? Camisinha e muito amor!

Ontem, 06/10/17 se completaram 2 anos do diagnóstico do Breno, do dia em que lemos naquele papel o "Reagente para HIV"

E aí eu me pergunto, o que mudou?

Muitas coisas...

Tratamento com os antirretrovirais, consultas médicas e camisinha sempre!

Mas eu vejo o Breno muito mais saudável do que antes. Não tenho medo de me relacionar com ele, as camisinhas estão presentes em todas as nossas relações e não é algo incomodo, muito pelo contrário.

Usar camisinha é uma forma de carinho!

E a mudança mais importante: depois do diagnóstico é que nós percebemos o tanto que gostávamos um do outro, eu decidi que queria estar com ele e enfrentar junto o que viesse. Não me arrependo, pois tudo que tive dele até agora foram coisas boas, carinho, compreensão, cuidado, e muito amor!

Um vírus não tem a capacidade de destruir o amor!

Beijos e abraços,

Edna


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Nova nomenclatura de "DST" para "IST"

A notícia já é relativamente antiga, mas nem por isso deixa de ser importante.

Agora não se usa mais a sigla DST, de Doenças Sexualmente Transmissíveis, mas sim IST, Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Faz todo o sentido, pois uma doença pode deixar sintomas e sinais visíveis no organismo. Já as infecções podem ser assintomáticas, como é o caso da sífilis, herpes, HPV e etc.

Portanto, são infecções.



Beijos e abraços,
Edna.

domingo, 6 de agosto de 2017

Falta de informação sobre o HIV leva a ignorância

Nesse mês de Agosto, a revista Galileu vai falar sobre HIV.

Breno e eu lemos uma matéria no site: "8 comentários que provam que a nossa capa sobre HIV é necessária" ( http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2017/08/8-comentarios-que-provam-que-nossa-capa-sobre-hiv-e-necessaria.html ), achamos interessante compartilhar com vocês.

Amanhã passarei na banca de revistas para garantir a minha Galileu! Estão de parabéns!

Beijos e abraços.
Edna.


 (Foto: Reprodução/ Facebook)
É preciso entender que HIV e aids não são sinônimos. O primeiro é o vírus que destrói as células de defesa do nosso corpo; o segundo, a manifestação da doença em si (quando as defesas caem, o organismo fica vulnerável a doenças de vários tipos).
Hoje, tratamentos com antirretrovirais como aqueles oferecidos de graça pelo SUS, garantem que jovens que começaram a tomar a medicação a partir de 2008 tenham praticamente a mesma expectativa de vida de quem não vive com o vírus
 (Foto: Reprodução/ Facebook)
Muita gente acha que falar sobre aids e HIV é o mesmo que "glamurizar" o assunto. E assim a questão permanece sendo um tabu. "Continuamos com essa visão hipócrita de que falar sobre sexo incita os mais jovens, e não damos ferramentas para que eles tomem decisões mais seguras em relação à sexualidade", afirma Georgiana Braga-Orillard, diretora do Unaids. 
 (Foto: Reprodução/Facebook)
Dois dos estudos norte-americanos mais importantes sobre o assunto, o HTPN 052 e o Partner, mostraram que não há perigo de transmissão entre parceiros quando o tratamento é feito de forma correta. É por isso que, neste vídeo, Gabriel Estrela afirma: "É mais seguro fazer sexo com quem faz o tratamento direitinho do que com quem não sabe sua sorologia". 
 (Foto: Reprodução/ Facebook)
Por ser carregado de estigma, o termo "aidético" ajuda a marginalizar pessoas que têm a sorologia positiva. As expressões mais recomendadas são "doente de aids", quando há manifestação da aids, ou "pessoa que vive com HIV", quando não há manifestação da doença.
 (Foto: Reprodução/ Facebook)
Ser monogâmico não é garantia de estar livre de infecções, é preciso que o parceiro também seja — o que nem sempre é o caso. A camisinha é a forma mais prática e simples de prevenção, mas não é a única. Conhecer e combinar outras formas, como o gel lubrificante, a PEP, a PrEPe o tratamento (para quem já vive como vírus) pode ser uma solução eficiente para que não se dá bem com os preservativos, veja aqui. E, poxa, dá ouvidos pra gente, sim, somos legais. =]
 (Foto: Reprodução/ Facebook)
A noção de que HIV e aids são problemas exclusivamente dos gays remete ao início da epidemia, quando os primeiro casos foram diagnosticados em homossexuais. Isso já faz mais de 30 anos. "Hoje, consideramos que todas as pessoas têm vulnerabilidade ao HIV", afirma o infectologista Ricardo Vasconcelos, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Além de ofensivo, o conceito de "grupo de risco" é ultrapassado.
Uma mulher monogâmica casada com uma pessoa que faz sexo fora do casamento sem proteção tem muito mais chances de ser infectada do que uma profissional do sexo que se previne e faz os exames regularmente. Ou seja, adquirir uma infecção depende da forma como você se relaciona e não do grupo ao que você pertence.
E, não, a GALILEU não fala só de "de gay", também fala de lésbicas, de trans, de drags, e, inclusive, amamos RuPaul. 
 (Foto: Reprodução/ Facebook)
Sim, existem casos do tipo. Inclusive, expor pessoas a infecções do tipo é crime previsto no Código Penal e pode dar até quatro anos de prisão. Mas é preciso ter cuidado para não generalizar, o que marginaliza ainda mais as pessoas que vivem com o vírus e intensifica a ideia de "panico moral". "Trata-se desse medo exacerbado em relação ao HIV e que é fonte de toda discriminação", afirma Salvador Correa, da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia). 
 (Foto: Reprodução/ Facebook)
Em caso positivo no teste de farmácia, buscar informação é o mais importante. Além de agendar uma consulta para refazê-lo e iniciar o tratamento logo, é possível se informar através de canais como estes
A Anvisa sugere que, em caso negativo, a pessoa deve refazer o teste mais duas vezes, a cada 30 dias, até completar 120 dias após a primeira possível exposição. Ainda assim, consultar um médico ou usar a PEP (um medicamento distribuído pelo SUS que ajuda a barrar a proliferação do vírus em até 72 horas) continuam sendo opções eficientes.

Racionamento do exame de carga viral.

Já havia visto algumas notícias sobre o racionamento dos exames de carga viral. Nas notícias diziam que só havia estoque para ser usado até o meio desse ano.

O Breno foi participar do grupo de apoio no Cta e a informação foi confirmada pelos profissionais. Ele já está com os exames agendados e na incerteza se poderá saber como está a sua carga viral.

Esse exame é muito importante para os soropositivos, pois é através dele que se mede a quantidade de vírus HIV no organismo, assim confirmando se o tratamento está fazendo efeito ou se é necessário partir para outra combinação de medicamentos.

Muito triste ver que o dinheiro público é usado para meios de lazer que não são tão importantes como a saúde.

A saúde está doente. Sem mais.

Beijos e abraços.
Edna

Exemplos de níveis de carga viral:

Alta: Maior ou igual a 100.000 cópias/mL
Baixa: Maior ou igual a 10.000 cópias/mL
Indetectável: Menos de 400 ou menos de 50 cópias/mL, dependendo do teste usado.



terça-feira, 4 de julho de 2017

A camisinha feminina sendo comercializada

Já havíamos falado da camisinha feminina aqui no blog e o que sabíamos é que são distribuídas gratuitamente nos postos de saúde e vendidas em alguns raros locais.

Eis que entrei em uma farmácia, que não citarei o nome, e encontrei para vender uma "filha única".

O valor é R$9,99 por 1 unidade.

Mesma marca distribuída gratuitamente. Se não houvesse mais a distribuição com certeza compraria, pois o conforto e segurança desse preservativo são espetaculares! 

Beijos e abraços,
Edna.


Teste rápido para HIV nas farmácias (autoteste)


Teste rápido para detectar HIV chega às farmácias do Brasil
Olha ele aí gente!


Chegou as farmácias brasileiras o teste de HIV com 99,9% de efetividade.

O produto foi batizado Action é a aprovado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Detecta, por meio de sangue, a presença de anticorpos contra o vírus HIV.

Seu funcionamento será semelhante aos testes rápidos para HIV feitos nos CTA's.

O kit contém: dispositivo de teste, líquido reagente, lanceta para furar o dedo, sachê de álcool e tubo para coleta de sangue.

O resultado leva entre 15 e 20 minutos para ficar pronto.

Irá custar em média R$60/R$70.

Lembrando que a presença do HIV do sangue só pode ser confirmada após 30 dias de exposição ao vírus, até o corpo começar a produzir anticorpos.

Se o resultado for positivo é preciso repetir o exame em um laboratório. Se for negativo é importante repetir por mais 2 vezes a cada 30 dias, dando o período da janela imunológica de 120 dias.

Eu particularmente achei bastante interessante, pois vejo como mais uma maneira de detectar cada vez mais precocemente o vírus. Mas mais importante do que detectar o vírus, é tratar e garantir maior qualidade de vida á todos.

Beijos e abraços,
Edna.

Matéria: https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/ciencia/2017/07/03/teste-rapido-para-hiv-com-999-de-efetividade-chega-ao-brasil.htm


terça-feira, 13 de junho de 2017

E o medo?

Há um parente meu que tem Hepatite C, já a alguns anos, porém a 4 anos que não fazia acompanhamento médico.
A alguns meses atrás em uma reunião de família a esposa do V (vamos chama-lo assim) estava cobrando para que fosse até o posto de saúde marcar uma consulta. Breno e eu acompanhando a conversa e eu já pensando que a consulta seria no mesmo lugar em que o Breno se trata e ele já me olhando pensando a mesma coisa. 
Coincidiu de ser na mesma época do exame de rotina do Breno. E aí que ele se flagrou indo até o local e olhando para todos os lados desconfiado a procura do carro do V. Nós dois pensando nas "desculpas" que poderiam ser dadas caso V encontrasse o Breno lá. 

Acredito que muitos soropositivos compartilham da mesma história, medo de encontrar com algum conhecido e ter sua privacidade invadida com perguntas ou pressupostos. Nem todo soropositivo ou portadores de Hepatites e etc tem vontade de contar as outras pessoas que são portadores. Sabemos que o sigilo médico é respeitado e que jamais algum funcionário iria contar particularidades de um paciente para outro. Porém para alguns só de encontrar alguém no corredor já é motivo de constrangimento.

Claro que o Breno deu sorte e não encontrou o V lá, mas e se tivesse encontrado? O V não esconde de ninguém que é portador de Hepatite C, porém isso foi uma escolha dele, já o Breno prefere que não saibam que é soropositivo e também é uma escolha dele. 

Situação realmente complicada em que não há muito o que ser feito. 
Uma solução seria responder que está no local fazendo um exame de rotina.
Mas vai de cada um.

O importante é nunca abandonar o tratamento, pois este é fundamental para a saúde do soropositivo!

E vocês o que fariam?

Beijos e abraços,

Edna.


Dia dos namorados

Atrasado, porém não menos importante!

Feliz dia dos namorados a todos!




Beijos e abraços
Edna

sábado, 22 de abril de 2017

HIV e suicídio

Olá pessoal, como vão?

Vocês devem estar se perguntando: porquê este tema?

É simples, pois este tema sempre esteve e sempre estará presente na existência da humanidade, por mais que seja tabu, o suicídio existe e todos os dias pelos mais diferentes motivos as pessoas tiram suas próprias vidas, o que há de comum em todas as pessoas: o sofrimento.

E em temos de "Baleia Azul" e "Os 13 porquês", como psicóloga e namorada de um soropositivo achei importante abordar este tema aqui. 

Acho que é comum alguém ao receber o diagnóstico positivo para Hiv sofrer, pois ninguém espera isso. Ás vezes a pessoa acha que Hiv é sinônimo de morte. Não é! Esses dias o Breno comentou que quando soube primeira coisa que pensou é que logo estaria morto. 

Então podemos imaginar a situação de muitas pessoas que acham que vão morrer por causa do vírus e por este motivo pensam ser melhor adiantar a morte, o estado de sofrimento é tanto que na verdade, muitas vezes, não estão em condições de terem pensamentos racionais. 

E há pessoas que pensam que o sujeito quer morrer somente para chamar atenção, que a pessoa é fraca e desistiu de lutar. Meus caros, não é. A pessoa está sofrendo tanto que pensa que a morte é a única solução para tudo que sente.

E também existe aquele tabu de que não pode se falar em suicídio para não instigar as pessoas. Bom, uma das maneiras de prevenir é justamente falar sobre. Essas pessoas precisam ser notadas e ouvidas.

Se você pensa em tirar sua própria vida ou se conhece alguém com tal pensamento procure ajuda, não tenha vergonha de expressar o que sente. Há também o CVV (Centro de Valorização á Vida) em que se pode ser ouvido sem ser julgado. Vale lembrar que os psicólogos também estão disponíveis para ajudar, com sigilo, sem críticas e julgamentos. 

Os contatos do CVV: 
Telefone: 141
Chat: http://www.cvv.org.br/chat.php
Skype: http://www.cvv.org.br/skype.php
E-mail: http://www.cvv.org.br/email.php
Endereço: http://www.cvv.org.br/postos-de-atendimento.php

Psicólogos:
http://www.doctoralia.com.br/
http://www.psicolink.com.br/pesquisa-psicologos
Nas Faculdades/Universidades em que há curso de Psicologia há atendimento gratuito.

Beijos e abraços.
Edna


terça-feira, 7 de março de 2017

Sobre relacionamentos abusivos

Hoje o assunto abordado no blog será um pouquinho diferente, porém é algo que pode atingir a todos, soropositivos ou não.


Relacionamento abusivo, você sabe o que é?

Provavelmente, em algum momento da vida já ouvimos: "fulano é ciumento, controlador e possessivo, mas ele nunca me bateu" e é exatamente aí que mora o perigo.

Em uma relação abusiva, um predomina o poder sobre o outro, podem ocorrer situações como:

- Ele(a) não respeita sua privacidade, quer suas senhas das redes sociais e olha todas as suas conversas e contatos no celular;

- Faz com que seus amigos se afastem, ou que você se afaste deles;

- Te faz sentir uma pessoa incapaz, burra e incompetente;

- Te trata de maneira grosseira, agredindo verbalmente ou até mesmo fisicamente;

- Controla suas roupas, o jeito que você fala e até onde e com quem você vai;

- Te pressiona a fazer sexo, ou outras coisas que você não gostaria de fazer;

- Quando há uma discussão, mesmo que esteja errado(a), te faz sentir culpado(a) e pedir desculpas;

- Ao ser confrontado(a), promete que vai mudar e se faze de vítima dizendo ser doente;

- Faz parecer que você nunca conseguirá sair daquele relacionamento.


E dentre os citados muitos outros comportamentos abusivos, que fazem com que a auto estima da pessoa seja destruída, seus sonhos abalados e sofrimento constante.

Portanto, se você desconfia que está em uma relação abusiva não tenha medo nem vergonha de pedir ajuda. Não pense que a pessoa irá mudar, pois isso não irá acontecer, muitas vezes trata-se da personalidade do "abusador" e não podemos mudar personalidades considerando que se trata do jeito que as pessoas são e existem no mundo. Por mais doloroso que seja o melhor a ser feito nesses casos é se afastar, a vida é somente uma e passa muito rápido para que possamos nos sujeitar a sofrer por comportamentos alheios.

Procure um psicólogo, ou um médico, ou conte a um amigo, aos seus pais, tios, avós, primos, cachorro ou papagaio, mas não sofra sozinho(a), grite por socorro enquanto há tempo.

Eu estive em um relacionamento abusivo por um bom tempo e até hoje sofro com as sequelas psicológicas que ele me deixou, eu poderia escrever um texto enorme para contar tudo que já me aconteceu, mesmo sendo muito difícil falar desse assunto, pois ás vezes me sinto muito culpada mesmo sabendo que não tenho culpa alguma. Demorei muito tempo para perceber que ele era errado e não eu, me custou muito para sair dessa. Mas o que mais me importa é que outras pessoas não sofram como sofri e não vivam o que eu vivi.

E a única maneira de acabar com isso, ou minimizar pelo menos, é falando sobre isso.

Ah e antes que pensem no Breno, não foi ele, muito pelo contrário, foi ele que me ajudou a sair daquela situação e ainda me ajuda diariamente com a paciência, carinho e amor que tem comigo. Só tenho a agradecer!

Caso alguém queira conversar sobre esse assunto ou qualquer outro já sabem: mandem e-mail, responderemos com muita atenção.

Beijos e abraços,

Edna.





sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Direitos dos soropositivos

Sempre que o Breno lê alguma notícia que chama atenção sobre HIV/Aids ele me manda o link.

Ontem ele mandou uma notícia que falava sobre um funcionário que foi indenizado após o empregador fazer o exame para Hiv ao contrata-lo e logo que descobriu sua sorologia positiva acabou por despedi-lo. 

Eu sabia que não é permitido que as empresas façam esse tipo de exame e muito menos que o funcionário seja demitido por ser soropositivo. Mas infelizmente vemos de tudo nessa vida. A justiça foi feita e o rapaz indenizado, porém seus direitos foram violados e não há dinheiro nenhum capaz de pagar por isso.

Encontrei no site sobre Hiv do Governo alguns direitos dos soropositivos e achei importante compartilhar aos amigos e leitores. 

Resultado de imagem para direitos soropositivos


Direitos do soropositivo

Atendimento, tratamento e medicamento gratuitos
O Sistema Único de Saúde garante o tratamento, o acesso aos medicamentos e a realização dos exames médicos necessários ao diagnóstico a todos os residentes no Brasil.

Sigilo sobre a sua condição sorológica
Em respeito à intimidade e à privacidade, nenhuma pessoa pode divulgar quem tem HIV/aids sem prévia autorização, mesmo os profissionais de saúde.

Queda da obrigatoriedade do exame de aids no teste admissional
As empresas não podem mais obrigar um profissional a fazer o teste de detecção de aids ao começar em um novo emprego.

Permanecer no trabalho
Nenhum empregador pode demitir o empregado apenas por ter HIV. A demissão por discriminação pode gerar ação trabalhista para que o trabalhador seja reintegrado. Se, além disso, a demissão for constrangedora, o trabalhador pode requerer indenização por danos morais.

Valores do PIS/PASEP e FGTS
O soropositivo tem o direito de efetuar o levantamento do FGTS e do PIS/PASEP, independentemente de rescisão contratual ou de comunicação à empresa.

Benefício de prestação continuada
Toda pessoa com aids que esteja incapacitada para o trabalho e com renda familiar inferior a 1/4 do salário mínimo tem direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago pelo Governo Federal.

Isenção do pagamento de IR
Portadores de doenças crônicas, inclusive a aids, têm direito à isenção do pagamento de imposto de renda, quando receber proventos de aposentadoria, reforma por acidente em serviço e pensão.

Ninguém deve sofrer discriminação por viver com HIV/aids

Caso isso aconteça, recomenda-se ir à delegacia de polícia e fazer um boletim de ocorrência ou ir à defensoria pública ou outro órgão de proteção de direitos, como a OAB, por exemplo.

Fonte: http://www.aids.gov.br/pagina/o-que-voce-precisa-saber-sobre-aids

Portanto, meus queridos, não deixem ninguém discriminar, tratar diferente ou diminuir vocês por sua sorologia, cada pessoa é maravilhosa por ser quem é e ninguém tem o direito de julgar ninguém. Todos merecem respeito! 

Fiquem atentos aos seus direitos como cidadãos primeiramente, mas também como soropositivos.

Beijos e abraços,
Edna

Tratamento no Brasil

Por muitas vezes reclamamos de nosso país, para alguns parece ser mais um costume de sempre ter algo para poder estar reclamando.

Convenhamos: o Brasil tem sim muitas "coisas erradas", mas qual país não as tem?

A última vez que esteve presente no grupo de soropositivos do Cta o Breno compartilhou comigo uma informação que foi dita ni encontro:

"O Brasil é um dos países que fornece o tratamento completo para o HIV, desde consultas médicas até a medicação, de maneira gratuita"

Ou seja, em alguns países os soropositivos têm que pagar pelo tratamento, mas e aqueles que não possuem dinheiro?
Pesquisando melhor descobri que em alguns lugares os soropositivos pagam somente pelos impostos do tratamento. Porém há países em que não existe saúde gratuita como o SUS do Brasil, portanto todas as consultas são pagas, e os valores não são nada acessíveis...

Portanto, só há o que agradecer e reconhecer que apesar de muitas falhas nesse quesito o país é referência, afinal enquanto não há cura o tratamento é a melhor opção para se viver com saúde e qualidade de vida!

Muita saúde á todos!

Beijos e abraços
Edna

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Entrevista de Breno para Edna

Alguns dias atrás o Breno disse que havia pensado em elaborar algumas perguntas para que eu respondesse, assim como fiz com ele a algum tempo atrás. 

Topei.

- Como é viver com um soropositivo?

Viver com um soropositivo é normal, é como viver com qualquer outra pessoa. O vírus se torna apenas um detalhe, em que na maioria das vezes nem lembro que existe. O soropositivo é uma pessoa normal, sente dor, alegria, prazer, tem medos, sonhos e etc, como qualquer outra pessoa. O Breno continua igual a quando nos conhecemos e ainda não havia o diagnóstico. 

- O que você diria a um casal em que um deles acabou de descobrir que é soropositivo?

Diria para terem calma e paciência. Buscar conhecimento, pois tudo aquilo que é desconhecido assusta. Se há a vontade de permanecer juntos lutem por isso, é possível se relacionar normalmente com alguém soropositivo, O que vai mudar é a inclusão da camisinha, que também não é nada de anormal, com o tempo se percebe que o sexo não é somente pênis/vagina/ânus, mas sim composto por muitos outros carinhos do cotidiano e a camisinha fica indispensável ao ponto de não se imaginar em uma relação sem ela. A pessoa vai mais frequentemente ao médico, acompanha mais a saúde, se cuida mais e como consequência cuida daqueles que estão ao seu redor. 

- Você tem medo que eu fique doente?

Sim, porém sei que há muitos cuidados para que isso não aconteça e no que depender de mim sempre terá o apoio necessário para que continue seguindo o tratamento e os cuidados necessário para que continue com saúde. 

- Sabendo que sou soropositivo e mesmo nós nos cuidando 100% você tem medo de contrair o vírus?

Sim, não pelo vírus em si, acho que o medo é do preconceito e também da influência que isso traria para algumas pessoas que fazem parte da minha vida.

- Você acredita numa cura para o vírus?

Sim e acredito até que já exista, mas como produzir remédio dá mais lucro do que produzir a cura ela ainda não é opção, mas eu tenho esperanças, sei que viverei para ver a cura.

- Deixe um recado.

Algumas vezes, depois de frequentarmos alguns lugares cheio de pessoas eu perguntei ao Breno se ele se sentia diferente de qualquer um ali, ou se ele pensa no que as pessoas diriam ao saber que tem Hiv. E ele sempre me respondia que não tinha como ninguém saber, que se contasse talvez ninguém acreditaria, pois é uma pessoa normal. E é isso, o soropositivo é normal, eu compreendo e experienciei que o diagnóstico pode trazer muita confusão e tristeza, mas que com o passar do tempo tem o poder de fortalecer as pessoas e as relações. 

Beijos e Abraços,

Edna.