terça-feira, 4 de outubro de 2016

Histórias Positivas da Enfermeira K.

Estamos meio "sumidos" do blog devido a faculdade e trabalho, que anda bem puxado para ambos, mas, faz bem viver, trabalhando, estudando e também encontrando um tempo para nós e para nossos queridos amigos.

Dias atrás, conversando sobre HIV com a minha amiga técnica em enfermagem K. ela me disse que o tempo em que trabalhou com os soropositivos foi o que mais gostou e que sente vontade de reencontrar alguns dos quais cuidou. Nessa conversa ela me contou algumas histórias e duas delas escolhi para relatar aqui:

"Estava no hospital dando plantão a noite e fui até o leito de um rapaz para fazer a medicação, ele tinha acabado de receber o diagnóstico, chorava muito e dizia que queria morrer. Comecei a conversar com ele e ele me dizia que não queria contar para a esposa, pois ela não o perdoaria e que achava que provavelmente ele havia pego o vírus antes dela. Expliquei que não há como saber quem pegou primeiro e que se ele realmente se importava com a esposa a amava ela, ele deveria contar, para que ela pudesse ter o tratamento e não descobrir o vírus quando fosse tarde demais. Porém nada do que eu dizia acalmava ele. Então vi no leito da frente um outro rapaz, também soropositivo, que já estava para receber alta, então tive uma idéia: falei para o paciente que aquele rapaz era soropositivo e que estava lutando pela vida dele, que não estava escrito Hiv na testa dele, que era uma pessoa normal e igual a todo mundo. Nisso o paciente foi ficando curioso e foi tentando olhar o outro rapaz, a fim de analisar se era realmente uma pessoa comum e quando viu concordou comigo que realmente olhando para ele não dava para saber do vírus e diante disso foi se acalmando aos poucos. Nos outros plantões sempre ia vê-lo, assim, o paciente me disse que contou para a esposa o motivo de sua internação e ela o acolheu e continuou com ele."

"Estava eu no Ambulatório de Moléstias Infecciosas aqui da nossa cidade para tratar da tuberculose que adquiri, quando encontrei um paciente soropositivo que cuidei no hospital, ao me ver ele ficou espantado, comecei a conversar com ele e logo descobri o motivo do espanto:
-K. eu não sabia que soropositivo pode trabalhar no hospital!
Expliquei a ele que na verdade estava ali para tratar da tuberculose, mas que sim, o soropositivo pode trabalhar no hospital e em qualquer outro lugar, contanto que faça o tratamento e se cuide, pois o vírus não tira a capacidade de ninguém. Depois fiquei pensando, tamanho o preconceito que a sociedade tem que o paciente chegou a acreditar que se você é soropositivo não pode viver na sociedade comum, mas pode sim!"


Digo a vocês que o Hiv não é o fim do mundo, que há vida e que se pode tudo igual qualquer outro ser humano, não se sintam diminuídos pois vocês são especiais e capazes como qualquer um!

Beijos e abraços,
Edna

Resultado de imagem
(Essa se parece com a K. rs)

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